HISTÓRIA DA CIDADE |
A
cidade de Santo Antonio de Jesus, também denominada de Cidade das
Palmeiras, devido as suas palmeiras seculares, é uma das mais importantes
cidades do recôncavo baiano. Foi emancipada politicamente no dia 29 de
maio de 1880, possui aproximadamente 83.000 (oitenta e três mil)
habitantes, com extensão territorial de 252 km2, está situada à
margem da BR 101, distância de Salvador 187 km (por via terrestre) e o seu
surgimento foi da seguinte maneira: No princípio, apenas descendentes dos
índios de Pedra Branca, vivendo de caça, pesca e pequeno roçados. Atraídos
pela excelência das matas e fertilidade das terras, foram chegando os
primeiros colonos. Há esse tempo já havia sido recomendada, à relação da
Bahia, proteção aos indígenas e, por carta régia datada de 1663,
determinada reserva de uma légua quadrada de terras para aldeamento e
"sustento dos silvinícolas. Dentre os que obtiveram patrimônio
territoriais, constam os índios da Aldeia de Santo Antonio de Jesus. Toe
quantas sesmarias se conhecem tudo leva a crer que foi concedida a Antonio
de Souza Andrade e João Borges de Escobar, em 1644", a mais antiga e a que
mais se ajusta aos limites atuais do município de Santo Antonio de Jesus,
embora não abranja de todo. Relevante foi a atuação dos Padres Matheus
Vieira de Azevedo, José Ferreira e Bento Pereira, coadjuvados por Manoel
dos Santos Carvalho e Luiz Vieira de Brito, na história da colonização. O
Padre Matheus Vieira de Azevedo foi proprietário de um imóvel na rua
direita da quitanda, em Nazaré, realizava missas e batizados pela região.
Algum tempo depois, o Padre Matheus adquiriu um imóvel rural nas
proximidades do rio Sururu, onde fixou residência e lá ergueu um oratório
sob invocação a Santo Antonio. O Padre Matheus cultivava mandioca e
produzia, com algumas dezenas de escravos, subprodutos em quantidade
considerável. Em pouco
tempo, em razão das qualidades pessoais reveladas por Padre Matheus e pela
excelente localização do seu sítio, o oratório se tornou ponto de
convergência de uma região cada vez mais ampliada. Então, o Padre doou um
quarto de meia légua em quadra de suas terras para construção de uma
capela, por escritura pública lavrada em 27 de setembro de 1776.
Reuniram‑se os moradores mais próximos, os mais assíduos e dedicados
freqüentadores de seu oratório, constituindo, assim, uma irmandade, que
discutiu o projeto, do qual, em 23 de setembro de 1777, o arcebispo
metropolitano da Bahia subscreveu provisão de ereção e' fundação da capela,
filiada a freguesia de Nossa Senhora de Nazaré, em cujas roças estava
situada. Dois anos depois,
em 1779, a capela do Padre Matheus estava concluída e, daí por diante,
novos moradores foram surgindo e erguendo suas casas ao redor da mesma,
formando, assim, um núcleo urbano. A população foi crescendo e atraindo
prestadores de serviços, negociantes, mascates, armazéns de secos e
molhados, etc...Doze anos após a construção e funcionamento da capela,
faleceu o Padre Matheus, em 12 de março de 1791. Em 1852,
logrou-se a criação da freguesia e a capela do Padre Matheus
transformou-se em Igreja Matriz. Em 29 de
maio de 1880, a freguesia é elevada à categoria de Vila, ficando, assim,
desmembrada de Nazaré, pela lei n° 1952. Nesse mesmo ano, a 7 de setembro,
foi inaugurada a estrada de ferro, da qual Santo Antonio de Jesus seria
fim-de-linha durante dez anos. Com isso o comércio local tomou grande
impulso e engrandeceu a população. Viajantes
de toda parte descarregavam e recebiam mercadorias, e a capela do Padre
Matheus, agora Vila, logo se excedeu a todos os lugarejos mais velhos, com
a construção de novos prédios comerciais, mansões, palacetes e com a
fixação de operários. A freqüência de jornais da capital, de Nazaré e
Maragojipe dava à população dinamismo novo. Sua instalação ocorreu a 14 de
março de 1883. Em 30 de Junho de 1891, o governo do estado resolve elevar
Santo Antônio de Jesus à categoria de cidade. Surgem
novas obras: calçamentos de ruas, fontes públicas, Casa da Prisão, etc...
Santo Antônio de Jesus viveu a Abolição da Escravatura, a Proclamação da
Republica e, apesar das crises econômicas daquela época, a cidade não
perdeu o vigor do seu desenvolvimento. No século
XX, Santo Antônio de Jesus é marcada pelo desenvolvimento da cidade em
todos os sentidos: na parte administrativa, cultural, industrial e,
finalmente, comercial, o qual viria, anos mais tarde, a se notabilizar.
São fundadas as filarmônicas Amantes da Lira e Carlos Gomes, e a Santa
Casa de Misericórdia. Surge a iluminação elétrica com motor movido a
lenha. Inauguram se prédios escolares. Entra em circulação durante 52 anos
consecutivos o grande jornal "O Paládio", o qual circulava em cinco
estados do Brasil. Nessa época também existiam outros pequenos jornais e
semanários. Foi feito também um projeto urbanístico com a plantação das
palmeiras imperiais paralelas à linha do trem, nas imediações da antiga
estação. Em 1931 o topônimo Santo Antônio de Jesus foi simplificado para
Santo Antônio, sete anos depois voltou a vigorar a primeira denominação.
Ainda na década de 30, um ilustre santantoniense, Dr. Landulfo Alves de
Almeida, foi nomeado o Interventor Federal no Estado, o qual realizou
grandes obras na Bahia e construiu o novo prédio da Prefeitura Municipal
de Santo Antônio de Jesus. Nessa época, são notáveis a cultura do fumo e
café, e a extração do manganês. Tempo depois vai surgindo a valorização da
cultura da laranja. Temos também, com a criação do trio elétrico, a
realização de grandes micaretas, inaugurações de clubes, sociedades,
etc... Em 1947
foi criada a comarca de Santo Antônio de Jesus. Com a chegada da BR101 e
da luz elétrica definitiva, o município ganha outro grande impulso, tanto
que hoje é considerada a cidade do interior mais importante do Recôncavo
Baiano. Delimita-se pelos municípios de Varzedo, Conceição do Almeida, Aratuípe, Laje, Muniz Ferreira, Dom Macedo Costa, Elízio Medrado e São Miguel. |